Uruguay - Montevideo


Conhecer a capital do Uruguay que foi fundada em 1726 é simplesmente uma aventura para 3 ou 4 dias. É a sede administrativa do Mercosul, da ALADI e foi declarada uma das mais seguras capitais do mundo. A cidade se encontra em uma zona geográfica que se caracteriza como a rota principal de movimentação de cargas do Mercosul. Por sua vez, conta com uma baía ideal que forma um porto natural, sendo o mesmo o mais importante do país, pela qual saem e entram as mercadorias que se importam e se exportam.Com cerca de 1.400.000 habitantes, Montevideo é uma cidade calma, moderna, com jeito europeu, situada no estuário do Rio de la Plata.


Visão panorâmica? Fortaleza Del Cerro, é a parte mais alta de Montevideo. O mirante natural de toda a cidade e em particular de seu porto. Esta fortaleza foi a última construção militar espanhola construída no Uruguay. Situada em cima de El Cerro, é um símbolo nacional e é lá que se encontram os escudos Nacional e de Montevideo. Desde 1916 a fortaleza é a sede do Museu Militar.


Com a Independência do Uruguai, Montevideo passou a ser capital da República Oriental del Uruguay (1828).
No contexto da Guerra contra Oribe e Rosas (1850-1852), em virtude do Tratado de Aliança Ofensiva e Defensiva, assinado a 29 de Maio de 1851, entre o Império do Brasil, a República do Uruguay e a Província argentina de Entre-Rios, este forte, na capital uruguaia, foi guarnecido por 300 soldados brasileiros do 6º Batalhão de Caçadores. Em 1882, a fortificação foi rebatizada como Fortaleza General Artigas, em homenagem a José Gervasio Artigas (1764-1850), herói da independência do país.



Após sobreviver ao terremoto de 1888, mas perdida a sua função militar, já no século XX a fortificação foi desativada, sofrendo uma primeira intervenção de restauro (1930), vindo a ser considerada como Monumento Histórico Nacional no ano seguinte, até vir a se converter em espaço museológico, em 1939, com projeto do historiador uruguaio Horacio Arredondo.



Todos turistas pensam que a cidade é antiga, com pessoas idosas onde todos os jóvens foram embora e tal.. se você pensa assim tens que ir a Montevideo para quebrar seus paradigmas. A cidade está moderna com vários restaurantes, teatros, e muitas atrações modernas. Caso não acredite, favor "No Cruce".


Torre da Telefonica - lembra os Emirados Árabes




Rambla: assim se chama a orla marítima. Montevideo tem praias de ponta à ponta, e é possível ir à pé, pela calçada, todas elas sem interrupção. Assistir ao pôr do sol na rambla é um passeio imperdível.



Nada melhor que no domingo pela manhã que conhecer a feira de Tristán Narvaja, tradicional feira que acontece no centro da cidade. A feira é muito grande e lá se encontra de tudo, verduras, legumes, frutas, flores (aí um niño degustando um tomatinho), objetos Made in China, móveis até roupas, embora seja famosa pela venda de antiguidades.






Cansado de caminhar e com fome? Mercado del Puerto, melhor lugar para comer a famosa "parillada". Neste mês de outubro o mercado completou 140 anos, desde 1975 se tornou Patrimônio Histórico Nacional do Uruguay. A “Parillada” é o melhor banquete da culinária local.


Sentar no balcão e pedir o “medio y medio” (mistura de vinho branco com espumante)é a melhor pedida e acompanhar de perto o ritual de preparo da "parilla", os melhores cortes de carne de gado hereford sendo assado em pesadas grelhas de ferro. O prato é farto: pimentões vermelhos, batatas, entrecôt, embutidos, vísceras como molleja e chinchollines. Para beber? Cerveja de litro.





É de arrepiar, mas na Plaza Independecia, bem no centro de Montevidéu, exibe uma grande estátua eqüestre do General José Artigas. Embaixo dela, uma escadaria fúnebre leva a este monumento, onde estão guardadas as cinzas do herói e estadista uruguayo.


Palácio Salvo - É, é muito complicado descrever este prédio. Poderia dedicar um post completo para esta obra da arquitetura.. Como me senti pequeno diante dele, como impõe respeito o edifício mais alto do Uruguay.
Foi inaugurado em 1928, com seus 95 metros e 26 andares, era o prédio mais alto da América do Sul na época, e foi alí a primeira execução pública de "La Cumparsita", o tango mais difundido no mundo. Trezentas e sessenta e cinco versões de "La Cumparsita" estão sendo tocadas, uma por dia, na esquina do centro de Montevidéu onde foi executada em público pela primeira vez, quando a famosa música de Gerardo Matos Rodríguez completa 91 anos. Apesar de sua fama, o Uruguai a declarou em 1997"hino cultural e popular", a Argentina a considerou "um dos estandartes da cultura portenha", e, por outro lado, o célebre compositor argentino Astor Piazzola classificou "La Cumparsita" como o "pior de todos os tangos".







Este é o Teatro Solís, foi inaugurado no ano de 1856, tem o nome do navegante espanhol Juan Díaz de Solís, que foi comandante da primeira expedição européia ao Río de la Plata. Pensava que era devido ao grande sol que coroa a fachada do edifício.., imaginação fértil que eu tenho..; e falando nisso a fachada tem semelhanças à do Teatro Felice, Génova, o teatro tem uma forma ligeiramente elíptica, como a do Teatro alla Scala, de Milão.

Nossas crianças indígenas


Crianças da Tribo Guarani de São Miguel das Missões - RS
Existem milhares de fontes históricas que tratam da trajetória dos povos indígenas “Guarani”, sendo esta uma das etnias mais documentadas de todos os tempos. Apesar deste fato sua história bem como o primeiro contato desta etnia com os exploradores europeus não foi bem documentado. Coisas do nosso País...
A certeza que agindo como soldados os jesuítas tinham um único objetivo: converter o maior número de selvagens índios possíveis, obrigá-los a mudar seu estilo de vida e aceitar a religião católica como única forma de salvação.



No ano de 1743, mais da metade da população da bacia do Prata, aproximadamente 142 mil índios, viviam nos povoados missioneiros. Uma vez mais inúmeros xamãs-profetas karaí surgiriam das matas até as missões, cercados por inúmeros seguidores, rivalizando em retórica e poder com os padres jesuítas e se tornando um obstáculo para a conquista espiritual. Não tardou para que os jesuítas ultrajados incitassem os índios reduzidos contra os karaí que chamavam abertamente de demônios e de feiticeiros.


Das diferentes trajetórias surgiram novas distinções culturais entre os Guarani. Com o crescimento das Reduções Jesuíticas surgiria a figura dos Guarani Missioneiros, que a partir do sincretismo com elementos jesuíticos, dariam forma e cor à utopia cristã-ameríndia das Missões. Já as populações guarani que se refugiaram em florestas, montes e pântanos, escapando do alcance dos bandeirantes, bem como da submissão aos encomenderos espanhóis ou às missões jesuíticas ficaram conhecidas pela exonominação genérica. dos "habitantes das matas". Esta provavelmente é também a origem do nome de um dos atuais subgrupos Guarani, os Kaiowá, apesar destes provavelmente não serem os únicos grupos da atualidade descendentes daquelas populações não submissas.





Me preocupa que entre os indígenas, a mortalidade infantil é o dobro da média nacional,por vários motivos, e os índices de desnutrição também são altos. É o que revela o relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil 2006/2007, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Qual será nossa responsabilidade nisso ?

O arquiteto João-de-barro..



Atualmente recordo de muitas coisas da minha infância que tive em Santa Maria/RS. Saudades dos tempos que acompanhava a construção das casas deste grande arquiteto chamado João-de-barro, ficava procurando nos galhos das árvores os ninhos de barro. Era realmente algo que gostava muito de ver, acompanhava algumas vezes o início até a conclusão dessas moradas.
Lembro dos vaivéns e o sobe e desce para buscar o barro nos pés e no bico. Muitos dias de serviço e sacrifício, aproximadamente 18 dias de trabalho em dupla.
Justifico este tema no fotoblog pois admiro esses pássaros.



Hoje em dia, nas grandes cidades, em locais urbanizados, quando faltam suportes adequados, o João-de-barro faz seu ninho até no peitoril de janelas. Neste caso ele escolhe o encontro entre a janela e a parede, assim como ele escolhe encontro de galhos quando faz o ninho em árvores. As janelas devem estar em locais altos e de difícil acesso. Em locais descampados, com pouca ou nenhuma árvore alta, e como medida de proteção à espécie, erguem em postes altos dotados de travessas horizontais. Estes serão usados para sua nidificação.
O ninho consiste em uma bola de barro, dividida em dois compartimentos. A porta, que permite ao pássaro entrar sem se abaixar, impede que o vento atinja o interior. Macho e fêmea ocupam-se ativamente da construção. No compartimento maior, forrado com musgo e penas, a fêmea deposita de 3 a 4 ovos brancos, três vezes ao ano.



Tenho certeza que todos já ouviram falar do caso de traição do casal João-de-barro, sempre acreditei também que após a traição da fêmea o macho fechava rapidamente a porta da casa com barro. Pois é, andei conversando com um e outro, e descobri que na verdade isso não acontece: é que alguns ninhos são achados fechados porque abelhas indígenas como a urucu-mirim aproveitam os ninhos abandonados fechando sua entrada com cera para fazerem suas colméias.
Esta estória imputa ao João-de-barro duas pechas. Primeiro, a de que suas esposas são capazes de trair quando estão chocando seus ovos. Segundo, a de que os maridos são capazes de cometer assassinatos passionais.




E como sou muito curioso resolvi procurar alguma justificativa mais científica, e eis que encontro a explicação do Sr. Hudson, numa obra de 1920, onde cita um episódio ocorrido em Buenos Aires: Uma das aves (não foi possível saber se o macho ou a fêmea, pelo fato de serem muito parecidos) foi acidentalmente pega em uma ratoeira que lhe quebrou ambos os pés. Após liberada com muita consternação por quem havia armado a ratoeira, voou para o ninho onde entrou e não foi mais vista, ali morrendo certamente. O outro membro do casal permaneceu por ali mais dois dias, chamando insistentemente pelo parceiro. Em seguida desapareceu retornando três dias após com um novo parceiro e imediatamente começaram a carregar barro para o ninho, fechando a sua entrada. Depois construíram outro ninho sobre o primeiro e ali procriaram. Sr. Hudson viu este fato com mais “qualidade” do João-de-barro, por ter tido o cuidado de sepultar sua parceira.



E os anos passam e as estórias vão sendo modificadas, prefiro pensar que como todo assunto de domínio público muitas vezes se torna um boato, um tema desfigurado, e que não devemos ter esta imagem distorcida da natureza, atribuindo aos animais defeitos e imperfeições próprios apenas dos seres humanos.



Por fim quero informar que é a ave símbolo da Argentina, onde é chamado de hornero ("Ave de la Patria" - desde 1928). Aqui no Brasil também é chamado de oleiro e amassa-barro, nosso João-de-barro empresta seu nome para diversas músicas, poemas, bandas, nomes de restaurantes, escolas, indústrias, pousadas, editoras, construtoras, lojas de material de construção, grupo de escoteiros, projetos e programas de incentivo ao conhecimento e até mesmo usado pela Polícia Federal para batizar operações de investigação.